segunda-feira, 31 de março de 2008

Djavan volta ao Chile

Ele já esteve em Santiago e conquistou ainda mais fãs no Chile com suas músicas autorais. Com uma carreira iniciada em 1976, Djavan tem uma história musical que o mantém no topo da preferência entre os mais importantes músicos e compositores brasileiros.

Ele retorna ao Chile com seu novo CD Matizes. O show será realizado no Teatro Caupolican (San Diego 850 Santiago Centro), dia 18 de maio, às 19 horas e 30 minutos.

Além de musicas românticas, Djavan apresenta estilos como pop, rock, samba, jazz, forró entre outros, que identifica sua flexibilidade musical.

Os ingressos estão sendo vendidos pela "ticketmaster" (www.ticketmaster.cl) e custam entre $ 18 mil e $ 30 mil, a depender da localização.

Revisando:
Quê: Show de Djavan (http://www.djavan.com.br/main.php)
Onde: Teatro Caupolican
Quando: Dia 18 de maio
Que horas: 19h 30min
Quanto: Entre $ 12 mil e $ 30 mil
www.ticketmaster.cl

domingo, 30 de março de 2008

Paulo Coelho

O escritor brasileiro Paulo Coelho vai entrar na próxima edição do Guinness, o livro dos recordes, como o autor vivo mais traduzido do mundo.
O livro O Alquimista foi publicado em 67 idiomas diferentes.
Este record lembra o dramaturgo e poeta Shekespeare que foi o mais traduzido de todos os tempos.
Infelizmente Shekespeare, e o inesquecível parceiro de Paulo Coelho o roqueiro Raul Seixas já estão mortos.

Gita

Composição: Raul Seixas e Paulo Coelho

"Eu que já andei
Pelos quatro cantos do mundo
Procurando
Foi justamente num sonho
Que Ele me falou"

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...

Eu sou a luz das estrêlas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o mêdo de amar...

Eu sou o mêdo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou..

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...

Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...

Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...

Euuuuuu!
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
O início, o fim e o meio
Euuuuu sou o início
O fim e o meio
Euuuuu sou o início
O fim e o meio...

terça-feira, 25 de março de 2008

Encontro Cultural

Neste último sábado houve mais um Encontro Cultural, em português, promovido pelo Instituto Cultura Brasil, com sede em Santiago no Chile.
Um grupo de alunos e professores discutiu sobre um tema pré-determinado, trocaram experiências e passaram momentos de diversão e de conhecimento.



O tema deste encontro foi os “Cinqüenta anos da Bossa Nova”.
A professora Eugênia dos Santos falou sobre a origem desse movimento, dos fundadores e como ele repercutiu na cultura musical do Brasil e do mundo.




Alguns músicos tocaram as canções mais conhecidas a exemplo de “Garota de Ipanema” e todos puderam relembrar do Brasil e se integrar num espaço agradável e descontraído.
Eu estive lá e achei a idéia ótima!




Desfrutar de um espaço para uma conversa informal com os alunos agrega valores à proposta do Instituto Cultural Brasil, que tem o objetivo de divulgar o idioma português e a cultura brasileira.
Para os alunos, foi um ótimo exercício e para nós, brasileiros, é sempre um grande prazer poder ouvir sobre o país e divulgar o que o Brasil tem de melhor.
Espero que cada vez mais as pessoas tomem conhecimento desses encontros e possam freqüentar, sempre com o intuito de se integrar e aprender.

Este é mais um diferencial do Instituto Cultura Brasil...

Barreiras Espanholas

Um fato que nas últimas semanas tem sido tema de conversação para todo mundo é a proibição da entrada de brasileiros na Espanha.
Só nesses últimos dias, já são mais de cinqüetna casos conhecidos pela imprensa, isso sem contar com os que não são divulgados.
No entanto, eu me pergunto: por que somente agora veio à tona algo que acontece há tanto tempo e com tantas pessoas, não só do Brasil, como de toda a América Latina?
A verdade é que os países desenvolvidos têm estreitado cada vez mais a entrada de latinos a seus territórios, alegando a imigração e o trabalho ilegal, que segundo eles, tem comprometido o desenvolvimento e o crescimento natural de seus países.

É sabido que isso realmente acontece e que há muito brasileiro espalhado pelo mundo em situação irregular. Mas, e quanto aos estrangeiros que vivem no Brasil, incluindo europeus e norte-americanos: quantos deles estão com todos os seus papéis regulares e contratados devidamente em terras brasileiras?

Bastou que o governo implantasse a mesma medida aos turistas que chegam da Espanha para que um grande número deles também fosse impedido de entrar, por não contar com os requisitos e a documentação suficientes.

Toda essa situação está causando uma crise diplomática entre Brasil e Espanha, dificultando consideravelmente as viagens de um país para outro pelos seus cidadãos ao ponto de que as autoridades espanholas estão dizendo que viajar ao Brasil pode ser um problema.
Apesar de toda essa situação, ambos os países afirmam ter uma boa relação e esperam resolver esse impasse em breve.

Acredito que a imagem do Brasil na Espanha e nos demais países desenvolvidos, no que diz respeito à nossa entrada em seus territórios, vai continuar a mesma, porque problemas dessa natureza já aconteceram e vão acontecer sempre, infelizmente.
A questão é como ficará a imagem da Espanha para os brasileiros. Pois quem pensa que pode entrar no país, somente pelo fato de ser proveniente de países de primeiro mundo se enganam. Ficar com uma imagem negativa para mais de duzentos milhões de brasileiros pode não ser muito recomendável.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Renato

Renato, que não tinha orelhas, precisava contratar um novo gerente.
Selecionou três currículos e marcou as entrevistas.

O primeiro candidato era ótimo. Conhecia tudo que precisava e era muito interessado. Ao final da entrevista Renato lhe perguntou:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E o cara respondeu:
- Sim, não pude evitar reparar que o Senhor não tem orelhas.
Renato não gostou daquela franqueza e mandou-o embora.

O segundo entrevistado era uma mulher, e era bem melhor que o primeiro candidato. Ao final, entusiasmado, Renato fez a pergunta fatal:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E ela:

- Bem, você não tem orelhas.
Novamente Renato se zangou e mandou-a embora.

O terceiro e último entrevistado também era muito bom. Era um cara jovem, recém saído da faculdade, inteligente, boa pinta e parecia ser melhor homem de negócios que os dois primeiros juntos.
Renato estava tão ansioso, que foi logo fazendo a pergunta de sempre:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E para sua surpresa, o jovem respondeu:
- Sim, você usa lentes de contato...
Renato ficou chocado e disse:
- Que observador incrível você é! Como é possível você saber disso?
E o cara caiu da cadeira gargalhando:
- Porque é impossível usar óculos sem a porra das orelhas!

domingo, 16 de março de 2008

O Cego de Nova York

O filósofo Friedrich Nietzsche disse: “É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação”.

Este pode ter sido o motivo que levou Eliot Spitzer ex-prefeito da mais importante cidade do mundo renunciar o cargo, devido à confirmação do seu envolvimento com prostitutas, cedendo a administração de Nova York para o advogado e historiador cego David Paterson.

Alguém pode se perguntar: Como um cego vai governar uma cidade tão complexa? Segundo José Saramago em seu livro “Ensaio Sobre a Cegueira”, há uma diferença entre “ver” e “reparar”. Foi reparando que David Paterson fez as faculdades de história e direito, e conseguiu eleger-se vice-prefeito daquela cidade.

De volta ao “politicamente correto” citado por Nietzsche, poderíamos concluir que um povo não pode ser representado por alguém que não cumpra as obrigações conjugais de forma ortodoxa. Sendo esta afirmação correta, a candidata a candidata à presidência da república americana Hillary Clinton também não deveria merecer o voto daquele povo. Ela, não só perdoou Bill Clinton quando enamorou Monica Lewinsky, como, foi mantida financeira e politicamente por um marido “pecador”.

O que é mais “politicamente correto”? Escolher para candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos o senador Obama por ser negro, ou Hillary por ser mulher? Será que o Brasil deve torcer por um candidato negro ou por uma mulher? Ou estas referências não têm fundamentos quando comparadas aos interesses econômicos?

As minorias que me perdoem, mas no momento não cabe esta história, tampouco discurso ultrapassado e filosófico.
Quem pode está certo é o cantor, compositor, e percussionista Carlinhos Brown. Ao participar de uma recepção oferecida pelo governo da Bahia à Secretária de Estado Americano Condoleezza Rice, ao cumprimentá-la, ele expressou o encantamento pela sua beleza. Brown não foi “politicamente incorreto”, afinal ele deixou a excentricidade irreverente do artista aflorar. Só faltou o ministro da cultura Gilberto Gil, também presente no evento, beijar na boca e justificar que se trata de uma saudação habitual no gueto...

quarta-feira, 12 de março de 2008

A Mulher do Médico

Por que José Saramago em seu livro "Ensaio sobre a Cegueira" deixou de fora a “Mulher do Médico” ao resolver cegar os habitantes de uma cidade fictícia?
Quis ele incorporar a personagem, e através dos seus olhos, ajudarem o leitor a analisar as facetas do comportamento humano durante uma crise epidêmica, ou mostrar para o leitor, desde o início do texto, que vale mais “reparar” do que simplesmente “ver”?

A história da chamada “Cegueira Branca” que se espalhou por uma cidade atemporal, registra as atitudes para a sobrevivência física, da compostura, e da espiritualidade do homem, quando submetido a uma epidemia.
Quem ainda enxergava se comportava com autoridade para decidir o que fazer com os cegos. Logo todos passaram a ficar na idêntica situação, exceto a “Mulher do Médico”, que se manteve, sem explicação, até o fim da história podendo ver.

Segundo o próprio autor, ele sofreu para escrever o texto e quis que o leitor também participasse do sofrimento ao lê-lo.
Sem dúvida, quem teve o prazer de ler o texto passa pela experiência do sofrimento maduro da reflexão sobre a humanidade, ao ver-se favorável e contra comportamentos de sobrevivência, mascarados pela hipocrisia social. Os limites entre a sobrevivência e barbaridade, e os entre o instinto do progresso e o da autodestruição, são ultrapassados a todo o momento.

Saramago acerta em cheio na ferida. Quem ler “Ensaio sobre a Cegueira” não será mais o mesmo. No mínimo, passa a “reparar” tudo o que “ver” tentando humanizar-se.
A sutileza entre o “olhar” e o “ver” permeia a visão física remetendo-a para uma, mais atenciosa, a de "reparar" que pode ser observada mesmo na cegueira.

A exclusão social, a relação com o poder, a crítica às autoridades, as alternativas para a sobrevivência, a experiência adquirida na velhice retratada no personagem do “Velho da Venda Preta”, são observados no texto.
Porém um fato sutilmente relevante não deixou de ser registrado: O personagem “Escritor” que mesmo sem “ver” registrava no papel tudo o que “reparava”, esperando que um dia alguém soubessse o ocorrido, perpetuando a memória para ajudar na formação de consciência coletiva.

Diz Saramago: “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, esta coisa é o que somos”.

Que bom é saber ler para tentar reparar este importante escritor!

domingo, 9 de março de 2008

Dicionário Goianês

Verbetes faldos no Brasil no Estado de Goiás.
Um micro-dicionário goianês-português para você, quando vier conhecer a cidade e poder usufruir de toda a simpatia do povo goianiense, entendendo tudo que ele diz!

*Deixa eu te falar* - Com a variação - *Ow, deixa eu te falar*. Introdução goiana para um assunto sério. Nunca, mas nunca mesmo, chegue para um goiano falando diretamente o que você tem que falar. Primeiro você tem que dizer 'ow, deixa eu te falar', para prepará-lo para o assunto. Em Goiás você precisa seguir o ritual de uma conversação. Ex.: 'E aí, bão E o Goiás, hein? Perdeu! Tem base? É por isso que eu torço pro Vila'. *Ow, deixa eu te falar*, lembra aquele negócio que eu te pedi...' A forma abreviada é *te falar*.
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*Deixa eu te perguntar* - A mesma coisa que deixa eu te falar, mas usado, obviamente, quando você vai perguntar algo.
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*Chega dói* - Chega a doer. Ex.: Deixa eu te falar, essa luz é tão forte que chega dói a vista. Na verdade essa forma pode ser usada com quaisquer outros verbos combinados com o verbo 'chegar'. Ex.: chega arranha, chega machuca, chega engasga.
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*Chega doeu* - Chegou a doer, ou seja, o passado de chega dói.
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*Uai* - Palavra que normalmente não tem sentido, mais ou menos como o tchê do gaúcho. Usado normalmente em respostas. Ex.: Pergunta: Goiano, você vai à festa hoje?; Resposta: Uai, vou!
*Nota do Gump:* Dá impressão que o uai é parecido com o ué usado em outras regiões. Mas o ué muitas vezes é usado no caso de a pessoa achar a pergunta estranha. Cheguei a me revoltar bastante com o uso do 'uai' nas frases quando vim pra cá, pois achava que as pessoas estavam insinuando que eu estava perguntando alguma idiotice. Só depois aprendi que as pessoas falam uai por falar.
*Neste caso tem alguns lugares e pessoas que acrescem um *sôh*, ex: *uai sôh*
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*Encabulado* - Impressionado. Ex.: Estou encabulado que você nunca tenha ouvido alguém falar 'chega dói' antes.
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*Bão?* - Goianês para 'Tudo bem?' Também é usada a forma “bããããão”?
*Bão,bichão?* Ao contrário de outras terras, este bichão é de amizade não tendo nenhuma conotação de homossexualidade. Trata-se de um cumprimento amistoso: 'como vai você, está bem,amigo?'
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*Ta boa?* - Goianês para 'Tudo bem?' usado para mulheres. Em outras regiões do Brasil seria interpretado de outra forma...
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*Bão mesmo?* - É comum usar o 'mesmo?' depois de coisas como 'e aí, ta bom/bão', como se pedisse uma confirmação de que a pessoa ta bem e não apenas fingindo que está bem.
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*Piqui* - Pequi, fruto típico de Goiás, bastante usado na culinária goiana.
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*Mais* - substituto goiano da conjunção 'E'. Ex.: Eu mais fulano estamos no Goiás.
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*No Goiás* - Em Goiás.
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*Na Goiânia* - Em Goiânia.
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*Pit Dog* - Uma espécie de filho bastardo de uma lanchonete com uma barraquinha de cachorro-quente e mesinhas na calçada. Apesar desse nome estranho, os sanduíches são muito bons!
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*Queijim* - Rotatória.
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*Tem base?* - Expressão tão goiana que existe até em slogan impresso em bandeiras e camisetas exaltando o Estado: 'Sou goiano. Tem base?'. Pode ser traduzido como 'Pode uma coisa dessas?', só que usado com muito mais freqüência.
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*Zé Telho* - Expressão goiana para confusão: 'a festa virou um Zé tê-lo depois que chegou o Tião'.
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*Coró* - mesmo que mandruvá.
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*Dar rata* - Algo como cometer uma gafe. Ou seja, dar rata é o goianês para 'fazer gumpice'
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*Calçada* - Pode significar: 1. Lugar para estacionar carros; 2. Local onde se colocam as mesas dos botecos e restaurantes. Note que não existe, em Goiás, calçada no sentido de lugar para pedestre, pois não sobra espaço para pedestres entre os carros e as mesas.
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*Anêim* - Algo que parece ter vindo de 'Ah, não!', que virou 'Ah, nem!' Mas, às vezes, é simplesmente usado na frase com um sentido de desagrado. Quando vejo escrito por aí, vejo o povo escrevendo 'anein', 'aneim', 'anêim' e outras variantes. Ex.: se eu ia viajar com a turma e de repente não posso mais, alguém exclama: 'Anêeeim, gump! Que pena!'
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*Arvre* - Árvore (isso me lembra 'As arvres somos nozes')
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*Arvrinha* - Árvore pequena.
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*Arvrona* - Árvore grande.
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*Madurar* - Amadurecer.
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*Corguim* - Lê-se córrr-guim. Diminutivo de corgo.
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*Corgo* - Lê-se córrr-go. Córrego.
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*Quando é fé* - Algo como de repente, ou até que. Ex.: 'Estava no consultório do dentista, ouvindo aquele barulhinho de broca, e quando é fé sai um menininho chorando de lá.'
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*Num dô conta* - Pode ser traduzido como não consigo, não sei, não quero, não gosto, etc. No resto do País, não dar conta é usado mais no sentido de 'não agüentar'. Por exemplo: Não dei conta do recado, ou Não dou conta de comer isso tudo sozinho. Já aqui em Goiás é usado para quase tudo. Ex.: Num dô conta de falar inglês ('não sei falar inglês'); Num dô conta de continuar em Goiânia nas férias ('Não quero/não agüento continuar em Goiânia nas férias); Num dô conta de imprimir usando esse programa ('não sei imprimir usando esse programa').
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*De sal* - Salgado. Ex.: Pamonha de Sal. (Eu jurava que era de milho... dãã)
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*De doce* - Se 'de sal' é salgado, então 'de açúcar' é doce, certo? Errado! Em Goiás as coisas não são doces, elas são *de doce*.

sábado, 8 de março de 2008

Emiliano Di Cavalcanti

Di Cavalcanti, pintor brasileiro, retratou o espírito do Brasil recorrendo a imagens do cotidiano brasileiro.
Seus temas parcialmente parecem simples. A mulata, o carnaval, as sambistas entre outros da cultura brasileira, mas também conseguiu transmitir um doce lirismo e uma profunda preocupação social.
Revela um Rio de Janeiro subjetivo, onde seus personagens refletem mistérios, beleza, e alegria dentro de um conflito politicamente oculto, enfim um convite para uma visão repleta de significados.
Para muitos as mulatas são o símbolo de uma relação social mal resolvida, expressão de uma sexualidade submissa e servil ou uma magia lendária da pele morena que sempre encantou os colonizadores portugueses.
Alguns críticos acham que seus trabalhos são apenas cenas e tipos brasileiros, especialmente a figura da mulata, através de uma linguagem sensual e exuberante, mas para Di Cavalcanti tudo vai mais além do óbvio.
Em particular suas obras refletem muito da história. É uma mistura de dor e sabor, uma poesia necessária em forma de cores.
Di Cavalcanti foi um artista renovador, influenciado por Picasso e Matisse.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Garota de Ipanema

A música mais famosa no Brasil é tocada a cada treze minutos em algum lugar no mundo.
Trata-se da obra prima composta pelo poeta Vinicius de Morais e pelo maestro Tom Jobim, ambos participantes do movimento musical chamado "Bossa Nova" que teve com criador o cantor e compositor baiano João Gilberto.
A "Bossa Nova" é um ritmo lento do samba e teve como característica o envolvimento de intelectuais em plena ditadura militar. As letras falam do amor e das relações pessoais, com riqueza de expressão e musicalidade.
O movimento ignorou a ditadura militar e focou as energias naquilo que mais interessava aos brasileiros: cultura.


Garota de Ipanema

Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de lpanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor