O senhor “K”, contratado pelo castelo para realizar serviços de agrimensura, ficou inseguro ao tentar se apresentar para receber as orientações necessárias à execução das atividades, ao se deparar com uma situação inusitada: Klamm, seu possível chefe não permitia o contato.
O agrimensor lutou desesperadamente, através do mensageiro Barrabás, marcar uma conversa com Klamm. Sem sucesso, resolveu afrontá-lo conquistando Frieda, funcionária da hospedaria, cujo prestígio na comunidade era amplo por ser amante de Klamm.
O agrimensor condicionou o seu matrimônio com Frieda ao fato de Klamm recebê-lo para uma conversa, já que ela havia sido sua amante. Esta exigência deixa transparecer dúvidas quanto ao seu real interesse em Frieda.
“K” encontrou-se com o prefeito, que habilmente desmereceu o serviço para o qual havia sido contratado, enfraquecendo propositadamente a sua posição. Nesta conversa o prefeito convenceu “K” a aceitar a tarefa de servente em uma escola da comunidade em substituição a para a qual ele havia sido contratado. Deixou transparecer que apesar de não haver necessidade do novo serviço estava autorizando por exercício de autoridade, inclusive, autorizando a sua permanência nas dependências da escola juntamente com Frieda, e os seus dois ajudantes.
A proposta aceita por “K” por falta de alternativa, sinalizou que Klamm não tinha o poder que diziam possuir. Há de se entender que o prefeito usou “K” para enviar a Klamm uma mensagem subjetiva sobre as forças contrárias existentes nas relações políticas administrativas.
Na busca incansável de explicação para o que estava acontecendo “K” se depara com Olga, irmã de Barrabás o mensageiro de Klamm, que depois de longa conversa põe em dúvida o poder de Klamm e de outros funcionários do castelo, referindo-se inclusive às mensagens ditas como enviadas por Klamm como possíveis de não serem oficiais.
Por fim, Pepi que substituiu Frieda nos serviços do balcão da Hospedaria dos Senhores após o rompimento do relacionamento com Klamm, ao sentir a possibilidade do retorno dela (Frieda) ao seu posto por recomendação de funcionário do castelo que resultou na separação de “K”, tentou incutir na mente deste que a facilidade que ele teve para conquistá-la ocorreu devido o interesse de Frieda de usá-lo para chamar a atenção do ex-amante Klamm.
Pelo visto, Franz Kafka acreditava que o poder é capaz de desenvolver tentáculos eficazes de sustentar estruturas administrativas hierárquicas incoerentes, que funcionam para satisfazerem interesses esdrúxulos, cujo uso envolve o relacionamento humano, e este pode se tornar fator importante no divisor de águas.
O poder atrai todos os tipos de energia, e, o bom exercício passa por permear o linear da ética, os interesses públicos e sociais. Precisamos acreditar que Obama seja capaz de mudar os processos para uma boa administração do "Castelo Branco" americano.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Terreno minado para Barack Obama
No livro “O castelo” escrito por Franz Kafka há o relato da busca incessante do personagem “K” para tentar conhecer os processos que permeiam o poder.
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