domingo, 18 de maio de 2008

A Chanceler e o Negócio da China.

A república parlamentarista socialista chinesa governada pelo Partido Comunista proíbe que casais tenham mais de um filho.

Mesmo assim alguns conseguem driblar a determinação e usam como alternativa não registrar o nascimento do segundo filho, mantendo-o na clandestinidade.
Por isso, diz-se que a população chinesa poderá ser maior do que a divulgada oficialmente.
Dos quase um bilhão e trezentos milhões de habitantes, um Brasil e meio vivem com renda equivalente a quarenta e cinco reais por mês, e a grande maioria da população recebe salário de cento e sessenta reais.

A reserva, aparentemente, inesgotável de mão-de-obra oferecida ao mundo capitalista pelo governo chinês, poderá estar chegando ao fim.
Com a melhoria da economia, a população começou a exigir maiores salários e melhores condições de trabalho, e o regime resolveu modificar as leis trabalhistas para melhor proteger a saúde, a segurança do trabalhador, e o meio ambiente.

Quem não está gostando das mudanças são as empresas multinacionais que usam a mão-de-obra chinesa para baratear os seus custos de produção.
O governo sabe que o caminho a ser trilhado no futuro será o parecido com o da Coréia do Sul e o do Japão: Treinar a mão-de-obra para as indústrias de alta tecnologia.

Esta semana, no Brasil, a chanceler alemã Angela Merkel, de passagem para Lima no Peru, concedeu entrevista dizendo que a Alemanha apoiava o etanol brasileiro, mas que estavam vigilantes para que o aumento da produção de cana não fosse sem o devido cuidado ao meio ambiente, e que os preços competitivos não fossem fruto do pagamento de baixos salários a trabalhadores rurais.

Não defendo baixos salários, condições inadequadas de trabalho, ou degradação do meio ambiente, contudo, ao ouvir os comentários da chanceler me perguntei: Por que as empresas alemãs possuem inúmeras fábricas em território chinês?
Certamente, não é porque gostam dos olhos puxados dos orientais, mas, pelos baixos salários pagos e as péssimas condições de trabalho oferecidas naquele país.

Agora que os chineses começaram a fazer cirurgias plásticas nas pálpebras para tornar os olhos mais “abertos”, e na língua para facilitar a pronuncia do idioma inglês, os compatriotas da chanceler estão planejando mudar suas fábricas para a Índia, Indonésia, e Vietnã, países que ainda oferecem mão-de-obra barata.
O certo é que o chamado “Negócio da China” está para acabar.

Caso os alemães achassem que no Brasil a mão-de-obra realmente é barata, não anunciava, vez por outra, que desejam tirar a fábrica da Volksvagen do país por falta de competitividade.

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