sábado, 19 de janeiro de 2008

Chato como um Disco

Ela veio com o andar cadenciado, deixando realçar discretamente as curvas do corpo de forma sensual e casual. Seus olhos estavam parcialmente encobertos por mechas soltas do cabelo agitado pelo vento. Ela me olhou com astúcia de uma princesa, e, eu abobalhado não tive a iniciativa de abraçá-la, beijá-la, e deixá-la adormecer no meu colo sob o frescor da lua cheia até que o dia amanhecesse.

A mulher mais linda, não é Ingrid Bergman do filme Casablanca. Sem dúvida é a que a mente humana idealiza, e a deseja ao ler sua definição no desenrolar de uma história a exemplo da contada no parágrafo anterior.

Propositadamente, ao escrever o texto acima - em negrito - omiti inúmeros detalhes que certamente serão inseridos pela mente do brioso leitor. A ele caberá a escolha e o poder mental de acrescentar inúmeras características, conforme o seu desejo e a sua preferência.

Por exemplo: a mulher do leitor pode ser loira, morena ou negra. O cabelo pode ser curto como o de Gabrielle Chanel ou longo como o de Janis Joplin. As curvas do corpo podem ser discretas ou proeminentes. A altura pode ser superior ou inferior a um metro e setenta. Os lábios podem ser torneados como os de Greta Garbo ou carnudos e espaçosos como os de Angelina Jolie.

Você deixaria sua mulher “ideal” adormecer no seu colo e dormir até o dia amanhecer ou dormirias no dela?

Posso afirmar: Nada é mais interessante que um livro ou tão chato como um disco!
Dicionário Aurélio: "Disco" é um “Objeto chato e circular”. "Chato" é "sem relevo; liso, plano".

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