sábado, 19 de janeiro de 2008

"O ritmo é DEUS desidratado"

Para entender o compositor Tom Zé precisa-se ter ouvidos bem abertos, do contrário corre-se o risco de se evocar os paradigmas.
A divertida e sempre atual conversa de uma hora faz parecer cinco minutos. O tempo passa tão rápido que termina desejando-se recomeço. Afinal, Tom Zé é um eterno recomeço!

Um dos pais do Movimento Tropicalista ao falar de música, termina dissertando sobre folclore, história, sociologia, psicologia, política, e muitas outras coisas.

Diz que o funk é um ritmo “microtonal”, “plurisemiotica”, e “meta refrão”.
De relação ao primeiro adjetivo – microtonal - ele explica que a nota, apesar de repetitiva, não fica parada. Ela muda de intensidade e provoca um sentimento de evolução e involução.
Sobre o segundo adjetivo – plurisemiótica – diz respeito ao uso da música como fogo e água. Ou seja, o fogo desperta a sexualidade e a água prepara para a sua prática.
E o último adjetivo citado – meta refrão – se justifica porque não existe em qualquer outra música tanto refrão como no funk.

Tom Zé ao falar sobre o governo Lula disse que o mundo esperou que fosse uma coisa “direita de esquerda” e o que está acontecendo são “ondas concêntricas de corrupção” as quais estimulam práticas não éticas de políticos, empresas e pessoas.
Este trocadilho; “direita de esquerda” tinha mesmo de ser da cabeça do Tom.
Do Zé da cidade de Irará temos ainda muito que aprender e apreender. Basta reler o título deste post “O ritmo é DEUS desidratado” citado por ele quando se referiu aos ritmos tocados, com fé, no Nordeste brasileiro.

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